Alcoolismo e Obsessão: Um olhar espiritual para uma dor silenciosa

Alcoolismo e Obsessão: Um olhar espiritual para uma dor silenciosa

Em muitos lares, o alcoolismo ainda é uma ferida aberta. Mais do que um hábito prejudicial, ele se revela, muitas vezes, como um sofrimento da alma que se expressa no corpo. E, do ponto de vista espiritual, essa condição vai além da matéria: envolve as ligações invisíveis que mantêm o espírito em conflito consigo mesmo e com forças que o influenciam de forma negativa.

Uma porta aberta ao desequilíbrio

Segundo “O Livro dos Espíritos”, especialmente nas questões que tratam da influência dos Espíritos sobre os homens (a partir da questão 459), entendemos que estamos constantemente cercados por presenças espirituais — umas benéficas, outras nem tanto. Espíritos imperfeitos, ligados ainda a vícios da vida terrena, encontram afinidade em encarnados que vibram na mesma faixa de pensamento e comportamento.

O alcoolismo, quando se torna dependência, abre portas energéticas que facilitam esse tipo de conexão obsessiva. Espíritos que, em vida, também foram presos ao vício, podem buscar nos encarnados uma forma de continuar sentindo os efeitos do álcool — e, para isso, incentivam, sugerem e influenciam o comportamento daqueles que estão fragilizados, emocional e espiritualmente.

Essa atuação, chamada de obsessão, não é punição, mas consequência natural da sintonia vibratória. Onde há dor, mágoa, culpa ou revolta, forma-se um campo propício para essa interferência.

Uma obsessão compartilhada

Na obsessão por alcoolismo, muitas vezes existe uma ligação de longa data entre os espíritos envolvidos. Pode haver laços de vidas passadas, histórias de sofrimento mútuo, promessas ou desejos de vingança. É comum que o espírito obsessor também esteja preso ao vício e veja no encarnado um meio de reviver sensações ou compensar vazios existenciais.

Essa ligação é sempre de natureza emocional e vibracional, e se mantém enquanto houver sintonia. A mudança dessa condição exige, antes de tudo, um esforço interior por parte do encarnado: vontade de mudar, despertar da consciência e busca sincera por equilíbrio.

A importância do auxílio espiritual e moral

Kardec nos ensina que a melhor forma de afastar influências inferiores é elevar os pensamentos, transformar os sentimentos e modificar as ações. É um trabalho de reforma íntima, sustentado por práticas espirituais como a prece, o estudo, o passe, e — quando necessário — o acompanhamento por tratamentos espirituais como a Apometria, o desdobramento assistido e o diálogo com os Espíritos.

Contudo, é importante lembrar: a obsessão só se sustenta onde há permissão emocional. Por isso, o caminho mais efetivo está no fortalecimento da vontade, no apoio terapêutico e espiritual, e na construção de um novo olhar sobre a própria vida.

Um chamado ao despertar

O alcoolismo não é apenas uma doença do corpo, mas uma expressão de um espírito que clama por cura e reconexão. Não se trata de julgamento, mas de compreensão. O amparo começa com o acolhimento e se sustenta na renovação do ser.

A obsessão é, muitas vezes, um grito silencioso — tanto do encarnado quanto do desencarnado. Ambos necessitam de luz, de orientação, de perdão e de amor. E é nesse espaço de reconciliação que a cura verdadeira pode começar.


“A influência dos Espíritos é maior do que supondes. Muito frequentemente, são eles que vos dirigem.”
— O Livro dos Espíritos, questão 459

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